Manuel Antônio de Castro
Em nossa vida, muitas são as provas que temos de fazer. Como nos sairmos bem? Claro, primeiro estudar muito e com concentração. Mas e na hora da prova? Como desfazer a tensão e a ansiedade e começar a articular bem as respostas?
Eis algumas sugestões bastante simples e práticas:
Que procedimentos seguir?
Diante da questão dada ou a escolher deve, antes de responder, fazer o seguinte:
1º. Ler com muita atenção a questão como um todo;
2º. Em seguida sublinhar os VERBOS e SUBSTANTIVOS. Por quê? É que neles estão concentrados os significados principais, em torno dos quais gira o que se pergunta. Muitas vezes, por não atentarmos com exatidão para o que está sendo perguntado, respondemos de uma maneira vaga ou até o que não é o objeto principal da questão. Centrando a atenção nos verbos e substantivos, vamos saber com maior clareza o que se pede para responder. Quais são as QUESTÕES ou PROBLEMAS colocados pela pergunta;
3º. Antes ainda de responder, prestar atenção depois nos ADVÉRBIOS, pois estes é que indicam aspectos essenciais das ações dos verbos. Uma coisa é dizer FAZER, bem outra é NÃO FAZER, CONCORDAR e NÃO CONCORDAR;
4º. Pensar bem as relações entre essas palavras e os diferentes aspectos que elas implicam;
5º. Feito isso, anotar, se possível, no rascunho, em tópicos breves, as principais idéias que DEVEM SER DESENVOLVIDAS na resposta;
6º. Nunca fazer rascunho das respostas, pois CERTAMENTE não haverá tempo para fazer as duas coisas: redigir e depois passar a limpo. É melhor escrever direto e, na releitura, fazer as correções;
7º. Nunca entregue as respostas sem as RELER. Às vezes uma palavra que faltou leva a se afirmar o contrário do que se queria dizer;
8º. Deve ser bem CLARO no que expõe. Diante de uma redação confusa, o examinador passará por cima e perderá o fio do raciocínio da resposta, uma vez que tem que corrigir diversas provas. Julgará o candidato confuso. Procure não escrever períodos longos, onde o pensamento fica embaralhado e, portanto, possivelmente, difuso e sem consistência. Escolha com cuidado os verbos, nele se concentram a força e alcance do raciocínio e do pensamento.
Âmbito da resposta.
Dependendo do que se pergunta, dos autores implicados e da bibliografia em torno das questões ou problemas, três aspectos devem ser desenvolvidos:
1º. Aspectos positivos ou idéias defendidas pelo autor etc.;
2º. Aspectos negativos, isto é, críticas possíveis a essas idéias, com o auxílio de outros autores ou idéias contrárias;
3º. Procurar encaminhar as opiniões próprias em relação tanto aos aspectos positivos quanto aos aspectos negativos. É essencial sempre apresentar um lado CRIATIVO, onde mostrará a sua potencialidade crítica e de pensamento próprio. Expor como papagaio e de modo decorado o que outros dizem, embora pareça muito didático, é, no fundo, pobre. Deve mostrar sempre uma originalidade possível, mas com fundamento e com simplicidade, usando argumentos e nunca partindo para a adjetivação simplificadora;
4º. Mostrar que é capaz de pensar, procurando ver as QUESTÕES dentro de um todo coerente e nunca isolando uma ou outra palavra e contradizer o autor através dessas artimanhas. Isso demonstra visão parcial e curta. A visão do todo e o levar em conta o pensamento como um todo é MUITO IMPORTANTE, pois indica amadurecimento, respeito pelas idéias dos outros e a ausência de simplificações que só depõem contra quem não consegue ver as questões dentro de todo mais amplo.;
5º. É muito difícil haver uma banca que não leve em conta toda essa articulação. E, por isso, uma resposta fundada nesses caminhos tem, geralmente, o efeito de convencer quem examina, ainda que, às vezes, não concorde exatamente com aquilo que na resposta se defende.
Um comentário:
Temos a sorte de ter um orientador que com carinho e cuidado nos convida a ser livres
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